A supervisora...
Nunca tinha visto igual, vinha ela, transbordando com sua boina, seu chapéu de trabalho, ela andava passo a passo, nada a fazer, apenas contas, do quanto ganharia no final do mês. Vinha ela sorrindo, impassível, caminhava obsoleta, para mim, tinha um tênue sorriso, no canto da boca, e às vezes, até quase gargalhava dentro de si, também não podia ser diferente...afinal ela era supervisora, de quem...com certeza só de si. Ela e seu chapéuzinho, pareciam dona e bichinho, ou vice-versa, era hilário e trágico comtemplá-la, parada, na porta, voltando de novo, sentando e escutando, e também esperando, pela capacitação, que de capacitação não tem nada, só mesmo o nome. Nem ares de supervisora ela possuía, apenas o título precário e ocioso, mas já supervisionava, apanhando lápis de cor (que quebravam, mal saídos da caixinha) , canetas de quadro, de tinta insólita e outras bugingangas sem valor, mas que tornavam-na a SUPERVISORA.... TODOS PRECISAM TOMAR CUIDADO, COM A SUPERVISORA... SEU CHAPÉU PODE TER CRIPTONITA... Valéria Guerra
Enviado por Valéria Guerra em 17/07/2009
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