VALÉRIA GUERRA, POETISALUZ

JUSTIÇA SEMPRE..........

Textos


Professores! Avante! Não morram por eles! e Sapere aude!

Professores! Avante!
Não morram por eles! e Sapere aude!

Valéria Guerra Reiter


As sociedades ágrafas, de maneira difusa e informalmente já produziam seus saberes em espaços sociais; e é a teoria do antropólogo Pierre Clastres que vem à baila em seu livro “A sociedade contra o Estado”. Lá ele enfatiza que as sociedades tribais já possuíam um estado em latência, com diferencial em relação ao quesito “generosidade” do chefe político em comparação aos chefes políticos da atualidade.
Se levarmos em consideração o fragmento abaixo, poderemos conceber o quanto a institucionalização de um estado moderno nos ofertou uma certa diminuição em termos de autonomia

“O poder nas sociedades ágrafas é difuso. Isto é, ele não se apresenta de forma racional e hierarquizada como na sociedade ocidental. O poder instituído inexiste como hoje o conhecemos, não há igrejas, tribunais, escolas, universidades, exército, Congresso Nacional, poder judiciário e etc. A pedagogia ocorria de forma difusa e por imitação”
Será que havia liberdade? Imprecisa, mas existia; e os mitos tinham função pedagógica.
Bem, de lá para cá a formalidade foi invadindo este mundo primitivo educacional e se instituindo até florescer a filosofia, mãe de todas as ciências, na Grécia antiga, perpassando pela semiótica e semiologia. E hoje, no auge da quarta fase da Revolução industrial. Onde o ser humano se robotiza e se integra em um espaço de saber que ainda se processa através do binômio inclusão/exclusão, ou seja classificatório. Bem longe do que a audeterminação individual de cada ser deseja como meio e fim da educação: Filosofia e sofística ainda se mantém em contraponto: em sua reflexão/oposição em educar e instruir.
O conhecimento converte o ser, esse pensamento advém de Platão. E em Protágoras e Sócrates veremos a produção de saberes se efetuando no campo “de uma busca da sabedoria” ou seja, filosoficamente. Como por exemplo, no caso em questão em relação a (se poder ou não) ensinar a virtude, que sob o olhar do filósofo Sócrates: não poderia.
Nesta contemporaneidade líquida, como bem denominou o filósofo Zigmunt Bauman, nós docentes carregamos nos ombros o compromisso vivaz com três virtudes básicas para a profissão: a justiça, a compaixão, e a responsabilidade. E isso precisa ocorrer de forma indistinta e em todos os espaços de saber e de produção de conhecimento.
É claríssimo que repetir um conhecimento é prática meramente irrefletida. Afinal, o aluno não é um banco onde se deposita o conhecimento; e sim um ser em processo de alumiação, como a etimologia do termo sugere. Como bem disse a pensadora Valéria Guerra Reiter em frase no site o pensador “Educação é uma coisa, adestramento é outra”.

E no pensamento de Cornelius Castoriadis, "O conhecimento e, por consequência, o conhecimento escolar ocupam um lugar de destaque, definindo o caráter autenticamente democrático de uma sociedade".

Mas, justamente a democracia é o elemento que falta dentro da malha pública, que historicamente surgiu para atender a todos, sem a retenção dos saberes.

Pasmem leitores, mas existem duas listas no site da Seeduc-Rj, e em suas coordenadorias regionais: uma que libera algumas regiões para voltar às aulas presenciais; e outra que aponta quais professores deverão assumir presencialmente. Traduzindo se lista "os que deverão viver e os que deverão morrer". O Município de Petrópolis possui um decreto que ainda está em vigor e que insiste em manter, desde o início de maio o ensino presencial. O SEPE-RJ recorreu da decisão arbitrária, mas ainda não houve mudança no quadro. Duas professoras da região Serrana morreram esta semana, e a família de uma delas não tinha condições de custear o funeral.

Quem quiser beber em fonte oficial:
https://www.seeduc.rj.gov.br/

#FORAGENOCIDAS
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Valéria Guerra
Enviado por Valéria Guerra em 16/05/2021
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