vv E VEM AÍ O SETE DE SETEMBRO...
Valéria Guerra Reiter
Independência ou Morte! tal bordão marcou o momento transicional, em que o Brasil saiu do armário da ultrajante condição de área colonial... O panorama incluiu uma fase de resistência baiana, foi daí, que nasceram heróis, e principalmente heroínas da pátria. Afinal, os portugueses resistiram às mudanças locais... A trajetória colonial (bem caprichada) gerou revoluções sociais, espaços vazios as serem ocupados, com plantation e mineração. Surgimento do comércio. Depois da chegada da família real ocorreu o “boom” desenvolvimentista. Brasil, nesta altura era o maior exportador de produtos agrícolas do mundo, incluindo o produto: açúcar. Um milhão de pessoas gestadas aqui no caldeirão de uma forjada sociabilidade. A burocracia importada colabora para o bem e para o mal. Sempre haverá alguém perdendo neste jogo de cartas marcadas do poder. Afinal, há um imperialismo que vigora há séculos, mudando de mão em mão no pano de fundo da geopolítica. A história nos lega uma economia surgida neste hemisfério sul, onde se encontra encravado o grandioso Brasil. As forças produtivas do Brasil são liberadas, com o decreto da abertura dos Portos. A economia brasileira precisava se expandir, e para isso tinha de se comunicar com todos os países do mundo, para facilitar seu desenvolvimento. O ciclo econômico do país iniciava de certa forma sua independência. Acabar com a proibição de terem indústrias nacionais fora um largo passo no século XIX, quando se estabeleceu o Estado português. “O Brasil deixou de ser dependente da Metrópole, para ser sede do Reino, agora unido, e, alguns anos mais tarde aparentemente liberto. Mas continua a ser “colônia” no seu edifício institucional e estrutural, sem considerar outras questões, como, por exemplo, a dependência portuguesa da Inglaterra. E hoje, agora, aqui, nesta imensidão, a nossa luta é ainda contra o imperialismo, que submete seus testas-de-ferro infiltrados nas áreas políticas a facilitarem sua prosperidade, neste país que acumula sua maior riqueza: povo esquadrinhado na base da pirâmide, ali, chicoteado pela chibata pós-moderna mais eficiente: o salário-mínimo. E vem aí mais um dia de glória, que simboliza a oficialização de uma Independência, mesmo com um príncipe português a frente da nau gigante...vimos algumas mudanças significativas em nosso país, apesar da "Noite da Agonia" em 1823. E segue o baile... com a dificuldade de propagação das informações pelo território nacional, a maioria das pessoas não ficou sabendo do ocorrido no dia, nem sequer no próprio mês de setembro. A população em geral só ficou a par das boas-novas em 12 de outubro do mesmo ano, data do começo do reinado de Dom Pedro I como imperador do Brasil e o dia do aniversário de 24 anos dele. Ele proclamou a Independência muito jovem, tinha apenas 23 anos. Quando Dom Pedro I abdicou do trono em nome do filho, em 1831, para voltar a Portugal, não fazia mais sentido comemorar sua coroação de 12 de outubro. Mesmo o príncipe regente D. João VI sendo oprimido pelas mudanças econômicas da sua antiga colônia, (aparentemente) irrevogáveis deu um golpe de inteligência e percepção, antes de voltar à Metrópole em função do episódio da Revolução do Porto. Ele disse ao filho: Se é para ficar independente, que o Brasil seja para você... E eu pergunto (a você) brasileiro contemporâneo: você se sente livre, e independente...sabes quantos indivíduos recebem o baixíssimo salário-mínimo? vejamos os dados: "No segundo trimestre deste ano, o mais recente com estatísticas disponíveis, cerca de 35,6 milhões de trabalhadores (formais e informais) tinham renda de até um salário-mínimo por mês (R$ 1.212). Qual é a utilidade da data do "Independência ou morte" para os assalariados? Para esta classe, tal memorialística sempre servirá para reafirmar uma escolha: a Morte.
#ValReiterjornalismohistórico
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Valéria Guerra
Enviado por Valéria Guerra em 04/09/2023
Alterado em 05/09/2023 Copyright © 2023. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |