O FUTURO...
UM HOMEM ESTAVA EM PÉ, NO METRÔ, E SUAS PERNAS DOÍAM MUITO; NÃO HAVIA LUGAR PARA O MESMO SENTAR..E FALTAVAM DEZ ESTAÇÕES ATÉ SEU DESTINO. ROBERTO, SENTIU UM CALAFRIO, QUANDO PERCEBEU QUE UM ÚNICO ASSENTO PREFERENCIAL, SOBRARA VAZIO EM FRENTE A ELE NAQUELE VAGÃO.
O HOMEM CANSADO E DOLORIDO, SORRIU PENSATIVO, E DEPOIS DE TRÊS SEGUNDOS, SENTOU-SE NA VAGA. PASSADAS DUAS ESTAÇÕES, ENTRARAM UMA MULHER GRÁVIDA, UM SENHOR DE 80 ANOS, UM MENINO CEGO, E UMA SENHORA COM UMA CRIANÇA DE COLO. TODOS OLHAVAM NA DIREÇÃO DE ROBERTO, PARECENDO CENSURÁ-LO VEEMENTEMENTE, MAS O HOMEM NÃO SE INTIMIDOU, CONTINUOU SENTADO, PORÉM PREOCUPADO; SUAS DORES NAS PERNAS HAVIAM DIMINUÍDO, COM O ATO DE SENTAR, E DE REPENTE, SEUS OLHOS ENJETARAM-SE , QUANDO OUVIU O SEGUINTE COMENTÁRIO: - COMO PODE SER TÃO CARA DE PAU, TAIS PALAVRAS SAÍRAM DA BOCA DA MULHER GRÁVIDA, QUE TINHA MAIS OU MENOS UNS DEZESSEIS ANOS, SÓ. EM SEGUIDA, A MULHER COM A CRIANÇA DE COLO, QUE DEVERIA TER UNS 15 ANOS , APENAS, BRADOU - E COMIGO, NO TEM ESSA NÃO, VOU LOGO RODANDO MINHA BAIANA; NAQUELE INSTANTE ROBERTO FECHOU SEUS OLHOS, A FIM DE DISFARÇAR, E CONTINUOU SENTADO. O SENHOR DE 80 ANOS, APESAR DE SUA IDADE, ESTAVA VOLTANDO DE UMA ACADEMIA DE LUTAS MARCIAIS, POIS TRAJAVA-SE COM CAMISETA, SHORTS, E AINDA ERA MUSCULOSO, ESSE NADA DISSE, TINHA UM LENÇO NA CABEÇA E ESTAVA COM UM MP3, OU SIMILAR EM SEU OUVIDO, E ASSOBIAVA UM ROCK QUALQUER. A MENINO CEGO, QUE ESTAVA ACOMPANHADO DE UMA SENHORA, FICOU ALHEIO A TUDO, PORÉM A SENHORA, QUE PARECIA SER SUA MÃE, MANTINHA-SE CALADA, PORÉM, COM A CARA MUI FECHADA, COM RAIVA.... ROBERTO, MANTINHA-SE CALADO, E DE OLHOS TRANCADOS. FOI QUANDO A MULHER COM O FILHO NO COLO, COLOCOU A MÃO NO OMBRO DO RAPAZ, E DISSE OLHA AÍ MEU IRMÃO TU NÃO SE MANCA NÃO, TU NÃO TÁ VENDO QUE NÓS TEMOS DIREITO, POR LEI, DE SENTAR AÍ...VÊ SE RESPEITA...MANO. O HOMEM, SIMPLESMENTE RESPONDEU, NUNCA FICAREI GRÁVIDO, NÃO SOU PAI, NÃO SOU DEFICIENTE, MAS SE EU NÃO CONTINUAR SENTADO AQUI..EM BREVE...ENVELHECEREI...DE TANTA DOR....
Valéria Guerra
Enviado por Valéria Guerra em 12/04/2008
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